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Como será a disputa eleitoral 2024 de Segundo Turno em Fortaleza e São Paulo: um análise do uso das Mídias Sociais pelos candidatos, partidos e apoiadores.


Imagem ilustrando a disputa eleitoral de segundo turno de 2024 no Brasil, com dois candidatos políticos opostos simbolizando ideologias da direita e esquerda, cercados por ícones de redes sociais como Facebook, Twitter e WhatsApp, representando a intensa batalha de informações e manipulação digital.
A batalha digital nas eleições de segundo turno de 2024 em Fortaleza e São Paulo: ideologias opostas se enfrentam nas redes sociais, em um ambiente polarizado por fake news, manipulação de informações e estratégias agressivas de marketing político.

Com o segundo turno se aproximando nas disputas eleitorais em Fortaleza e São Paulo, os partidos e candidatos enfrentarão desafios não apenas no campo tradicional, mas também no digital, no qual as redes sociais se tornam o palco central de narrativas polarizadas e estratégias agressivas de engajamento. Em Fortaleza, a disputa deve se concentrar entre partidos e apoiadores que defendem uma continuidade administrativa e a força política alinhada aos níveis municiapal, esdatual e federal, contra quem defende uma mudança radical na estrutura de poder. Em São Paulo, o embate se dará entre candidatos que defendem a gestão liberal, com foco no desenvolvimento econômico e políticas públicas de austeridade, contra quem argumentará sobre um governo mais inclusivo, focado nas pautas sociais e na distribuição equitativa de recursos. Mas como isso será pautado nas redes sociais? Há um segredo?


Os partidos e ideologias em jogo


Seja em Fortaleza ou em São Paulo, a ideologia que emergirá nesses cenários estará fortemente atrelada à crítica ao governo Bolsonaro ou ao governo Lula, à defesa do antipetismo e da anti-extrema-direita, no combate à corrupção ou à necessidade de mudanças na estrutura de poder viciada.


Como os apoios no segundo turno geralmente provêm de candidatos derrotados no primeiro turno, eles buscarão barganhar influência política em troca de suporte eleitoral. Como sempre, políticos derrotados serão cortejados para selar alianças e garantir uma margem decisiva na vitória. Mas o que estamos analisando aqui é como todos vão se comprotar possivelmente nas redes sociais a partir das lições aprendidas no primeiro turno.



Imagem dividida ao meio, mostrando à esquerda André Fernandes ao lado de Jair Bolsonaro, ambos de terno, e à direita Evandro Leitão ao lado de Lula, ambos sorrindo e usando camisas sociais, representando a polarização política no Ceará nas eleições.
Na disputa pelo segundo turno das eleições em Fortaleza, a polarização se reflete nas alianças políticas: de um lado, André Fernandes ao lado de Jair Bolsonaro; do outro, Evandro Leitão ao lado de Lula, ambos buscando apoio para fortalecer suas candidaturas


Desafios das redes sociais na disputa eleitoral


As redes sociais, que têm sido ferramentas cruciais para candidatos de todos os espectros, se mostram armadilhas perigosas, particularmente no segundo turno. A proliferação de polêmicas, recortes manipulados de vídeos e acusações infundadas tornou-se uma prática padrão na disputa política digital, que nem sempre deu certo dentro do processo legal. O ambiente virtual é fértil para estratégias de deslegitimação, especialmente com a banalização de causas sociais clássicas que, na busca por engajamento, são frequentemente deturpadas. Em vez de discutir pautas fundamentais como educação, saúde e emprego, os candidatos e suas equipes estão cada vez mais focados em criar "lacrações" rápidas que gerem curtidas e compartilhamentos - seja através de fake news ou de discursos vazios - ou discursos de ódio.


Os principais desafios residem na falta de regulamentação eficaz das plataformas, na dificuldade de combater notícias falsas e na perpetuação de bolhas ideológicas que reforçam o viés de confirmação dos eleitores. A disputa política deixa de ser sobre projetos concretos e se transforma em uma batalha por likes e shares, na qual a veracidade das informações parece ser apenas um detalhe secundário.



Os argumentos eleitorais nas redes sociais


Nos próximos dias, veremos uma intensificação dos discursos já conhecidos. De um lado, o candidato de direita provavelmente utilizará a bandeira do antipetismo, anticorrupção e resistência ao avanço da "extrema-esquerda", reforçando a narrativa de defesa dos valores conservadores e do combate à corrupção. Do outro lado, o candidato de esquerda adotará uma postura antibolsonarista, combatendo o negacionismo científico e econômico, defendendo o povo contra o abuso das grandes empresas exageramente e colocando a pauta social no centro do debate.


Esses argumentos se desdobram nas redes sociais em discursos binários que, ao invés de promover o diálogo, exacerbam a polarização, afastando eleitores que buscam propostas mais concretas e menos radicais.



Possíveis estratégias digitais agressivas (não louváveis) no segundo turno


Neste segundo turno, é provável que as técnicas digitais agressivas se multiplicarão. Entre elas, destacam-se:


1. Resgate de acusações enviadas: vídeos antigos e fora de contexto serão reciclados para atacar os oponentes, com o objetivo de provocar reações emocionais nos eleitores.


2. Proliferação de fake news e desinformação: dispositivos de mensagens instantâneas (como WhatsApp e Telegram) se tornarão canais primários para a disseminação de fake news, reforçando narrativas inverídicas que podem impactar eleitores menos críticos.


3. Criação de vídeos curtos e lacradores: recortes manipulados de entrevistas e discursos serão utilizados para criar vídeos de fácil viralização, que reforcem acusações e promovam o viés de confirmação de cada base eleitoral.


4. Vídeos de apoio de influenciadores e políticos: candidatos derrotados e influenciadores com grande engajamento serão utilizados para emprestar credibilidade e agregar valor à imagem dos candidatos no segundo turno.


Outras estratégias envolverão a amplificação de escândalos e polêmicas, o uso de memes e conteúdo humorístico para desqualificar o oponente e a exploração contínua de controvérsias que já dominam as redes sociais. Tudo isso segue o manual de Russell Brunson, no qual a criação de polêmicas e controvérsias são vistas como táticas eficazes para manter o público engajado, mesmo que à custa da ética e da moralidade.



Principal lição do primeiro turno: Redes Sociais não vencem eleições sozinhas


O grande aprendizado destas eleições é que, apesar da importância crescente das redes sociais para engajamento e mobilização, elas não garantem uma vitória eleitoral. As redes servem como ferramentas poderosas para:


  • Reforçar a marca e o conceito ideológico do candidato;


  • Disseminar mensagens rapidamente;


  • Entreter o eleitorado com foco na memorização ideológica e armamento dos apoiadores para difusão do seu apoio.


Mas as redes sociais não substituem as ações tradicionais de campanha. A história partidária, o trabalho de base, a identificação ideológica e a presença física nas comunidades ainda são elementos essenciais para conquistar a confiança do eleitor.

O voto, no Brasil, ainda é visto como um bem. Ou seja, para que o eleitor "entregue" esse bem a um candidato, ele precisa confiar e perceber um ganho concreto. Esse processo vai além do digital e requer um equilíbrio entre as novas ferramentas de marketing eleitoral e as práticas tradicionais de campanha. A união desses meios é o que realmente converte votos e decide uma eleição. Quem achar que somente as mídias digitais ganham eleição e não fizer o trabalho clássico de engajamento político de base vai perder, assim como foi no primeiro turno.

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